quinta-feira, 3 de julho de 2008
As Rosas do Tempo
Eros
terça-feira, 25 de março de 2008
FICHA DE TRABALHO SOBRE AS FÁBULAS
1. Procure no dicionário alguns significados da palavra “moral”.
a) ___________________________________________
b) ___________________________________________
c) ___________________________________________
d) ___________________________________________
e) ___________________________________________
O Lobo e o cordeiro
Como naquele Verão fazia muito calor, um lobo dirigiu-se a um ribeirinho. Quando se preparava para mergulhar o focinho na água, ouviu um leve rumor de erva a mexer-se. Virou a cabeça nessa direcção e viu, mais adiante, um cordeirinho que bebia tranquilamente. “Vem mesmo a propósito!” – pensou o lobo de si para si. - “ Vim aqui para beber e encontro também o que comer...”Aclarou a voz, pôs um ar severo e exclamou:
-Eh! Tu aí!
-É comigo que está a falar, senhor? - respondeu o cordeiro. – Que deseja?
- O que é que desejo? Mas é evidente, meu malcriado! Não vês que ao beber me turvas a água? Nunca ninguém te ensinou a respeitar os mais velhos?
- Mas... senhor? Como pode dizer isso? Olhe como bebo com a ponta da língua... Além disso, com sua licença, eu estou mais abaixo e o senhor mais acima. A água passa primeiro por si e só depois por mim. Não é possível que esteja a incomodá-lo! – respondeu o cordeirinho com voz trémula.
- Histórias! Com a tua idade já me queres ensinar para que lado corre a água?
- Não, não é isso... só queria que reparasse...
- Qual reparar nem meio reparar! Olha que não me enganas! Pensas que te escapas, como no ano passado, quando andavas por aí a dizer mal da minha família? “Os lobos são assim... os lobos são assado...” Tiveste muita sorte por eu nunca te ter encontrado, senão já te tinha mostrado como são os lobos!
- Não sei quem lhe terá contado tal coisa, senhor, mas olhe que é falso, acredite. A prova é que no ano passado eu ainda não tinha nascido.
- Pois se não foste tu, foi o teu pai! - rosnou o lobo, saltando em cima do pobre inocente.
Moral
Para alguém decidido a fazer o mal a todo o custo, qualquer razão serve, ainda que seja uma mentira.
Esopo
a) Enumere, pelos menos, três adjectivos definidores do carácter do lobo e do cordeiro.
FÁBULA: DEFINIÇÃO E EXEMPLO
Exemplo de uma Fábula:
A Fábula A Cigarra e a Formiga
Passado todo o Verão,
Achou-se em penúria extrema
Na tormentosa estação.
Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.
A formiga nunca empresta,
Nunca dá, por isso ajunta:
«No Verão em que lidavas?»
À pedinte ela pergunta.
Responde a outra: «Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora.»
«Oh bravo! (torna a formiga)
Cantavas? Pois dança agora.»
Rogou-lhe, que lhe emprestasse,
Pois tinha riqueza, e brio,
Algum grão, com que manter-se
‘Té voltar o aceso estio.
«Amiga, (diz a cigarra)
Prometo à fé de animal,
Pagar-vos até Agosto
Nunca dá, por isso ajunta:
«No Verão em que lidavas?»
À pedinte ela pergunta.
Responde a outra: «Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora.»
«Oh bravo! (torna a formiga)
A LENDA DE S. MARTINHO
Para que Martinho se habituasse às lides guerreiras, o pai levava-o, ainda muito pequeno, para os acampamentos. Mais tarde, Martinho foi viver para Itália com o pai, que entretanto tinha sido transferido para Pavia.
Martinho aos 15 anos tornou-se soldado e pouco depois foi enviado para Amiens no norte da Gália.
Conta a lenda, que Martinho fazia rondas diárias na cidade para assegurar a ordem pública.
Num dia 11 de Novembro, chuvoso e frio, Martinho, como habitualmente, saiu e deparou-se com um pobre e velho mendigo, que lhe estendeu a mão a pedir esmola.
Como no momento não tinha nada para oferecer, tirou a capa que tinha sobre os ombros e com um rasgo de espada partiu-a ao meio, cobrindo com metade o corpo enregelado do pobre mendigo, seguindo depois o seu caminho.
Não ia ainda muito longe, quando de repente a chuva parou e do céu irromperam quentes raios de sol, permitindo que o soldado, agora menos agasalhado, não tivesse frio.”
AS LENDAS
Em tom de conclusão, podemos afirmar que as lendas assentam num fundamento histórico provável ou possível que é alterado pela intervenção do maravilhoso popular, cristão ou pagão.
FICHA DE LEITURA DO CONTO «A PALAVRA MÁGICA» DE VERGÍLIO FERREIRA
1.1. Fala da história contada neste conto.
1.2. Resume o episódio deste conto em que a palavra "inócuo" é utilizada pela primeira vez.
1.2.1. Que explicações sugeres para:
· A alteração fonética da palavra, de "inócuo" para "inoque"?
· A atribuição à palavra de um significado insultuoso como "lombeiro", "vadio"?
1.3. Ao longo da narrativa sucedem-se os episódios em que a palavra "inócuo" vai acumulando novos significados.
1.3.1. Delimita cada um desses episódios.
1.3.2. Explica a circunstância que dá origem a cada novo significado.
1.4. Como se justifica que a personagem com mais instrução, como por exemplo o juiz, não tenha detectado de imediato o verdadeiro significado da palavra-problema?
1.5. Como interpretas a discordância entre o juiz e o advogado acerca da gravidade da palavra "inócuo"?
1.6. Esclarecido e divulgado o verdadeiro sentido de "inócuo", seria de esperar que a palavra caísse no esquecimento ou deixasse de incomodar as pessoas. Foi o que aconteceu? Justifica a tua resposta com base no desenlace da narrativa.
1.7. " A vida, de facto, emendara o dicionário". Parece-te que o conto documenta esta afirmação? Justifica.
1.8. A este conto deu o autor o título de "Palavra Mágica".
· Procura explicar porquê.
· Sugere outro título adequado e sugestivo.
2.
2.1. O Silvestre é a personagem de que temos mais elementos de caracterização. Com base nesses elementos, parece-te que ele é de facto um "inócuo"? Justifica.
2.2. Várias personagens são referidas ao longo da narrativa. Selecciona duas que te tenham despertado a atenção e justifica a tua escolha.
2.3. Caracteriza Silvestre.
3.
3.1. Assinala todas as informações que o texto nos dá sobre o espaço onde se desenrola a acção.
3.2. Com base no registo que fizeste, indica:
· O espaço físico em que decorre a acção.
· O espaço social sugerido.
Há palavras alegres e há palavras tristes. E essa tristeza ou essa alegria uma vez está nela, outras no modo de as dizer. Assim, certa palavra pode ter muitas e até contraditórias significações consoante o modo como é pronunciada.
São como um cristal,
As palavras,
Algumas, um punhal,
Um incêndio.
Outras
Orvalho apenas.
(...)
Quem as escuta? Quem
As recolhe assim
Cruéis, desfeitas,
Nas suas conchas puras.
Eugénio de Andrade, Poemas
5.1. Classifica o narrador quanto à presença e à posição. Documenta a tua resposta com elementos do texto.
6. Tendo em conta que a palavra “inócuo” não pertence ao nível de língua utilizado pelos habitantes da aldeia, compreende-se, agora, facilmente, o aparecimento dos vários significados que lhe foram atribuídos pelas diferentes personagens.
6.1.Indica os vários significados da palavra “inócuo” mencionados no texto.
6.2. Repara que estes significados atribuídos à palavra e os outros que aparecem ao longo do conto, apesar de diferentes, possuem algo que os une. Indica o que é comum entre eles.
7. Explica, por palavras tuas, a última frase do excerto.
8. "O meu pagnon chamou-me inoque, mãe".
8.1. Identifica a função sintáctica dos diversos componentes da frase transcrita.
8.2. Reescreve o diálogo mãe/ filho utilizando o discurso indirecto.
Actividade individual
O poder da palavra
As palavras têm moda. Quando acaba a moda para umas começa a moda para outras. As que se vão embora voltam depois. Voltam sempre, e mudadas de cada vez. De cada vez mais viajadas.
Almada Negreiros
conheço a força das palavras.
menos que nada.
menos que pétalas pisadas
num salão de baile.
e no entanto
se eu chamasse
quem dentre os homens me ouviria
sem palavras?
Carlos de Oliveira
"Sangrentas são as palavras e deixam vestígios através do tempo."
Herberto Helder
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Alexandre O'Neill
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos
muitas espadas.
Eugénio de Andrade
1.
a) Relaciona os textos anteriores com o significado atribuído à palavra “inócuo” pelos habitantes da aldeia, que afinal continuou a perdurar.
2. Refere, tu também, uma palavra que não esteja no dicionário, mas que utilizes com frequência.
3. Selecciona a citação que achares mais sugestiva e comenta-a.
«A PALAVRA MÁGICA» DE VERGÍLIO FERREIRA
Nunca o Silvestre tinha tido uma pega com ninguém. Se às vezes guerreava, com palavras azedas para cá e para lá, era apenas com os fundos da própria consciência. Viúvo, sem filhos, dono de umas leiras herdadas, o que mais parecia inquietá-lo era a maneira de alijar bem depressa o dinheiro das rendas. Semeava tão facilmente as economias, que ninguém via naquilo um sintoma de pena ou de justiça — mesmo da velha —, mas apenas um desejo urgente de comodidade. Dar aliviava. Pregavam-lhe que o Paulino ia logo de casa dele derretê-lo em vinho, que o Carmelo não comprava nada, livros ou cadernos ao filho, que andava na instrução primária. As moedas rolavam-lhe para dentro da algibeira e com o mesmo impulso fatal rolavam para fora, deixando-lhe, no sítio, a paz.
Ora um domingo, o Silvestre ensarilhou-se, sem querer, numa disputa colérica com o Ramos da loja. Fora o caso que ao falar-lhe, no correr da conversa, em trabalhadores e salários, Silvestre deixou cair que, no seu entender, dada a carestia da vida, o trabalho de um homem de enxada não era de forma alguma bem pago. Mas disse-o sem um desejo de discórdia, facilmente, abertamente, com a mesma fatalidade clara de quem inspira e expira. Todavia, o Ramos, ferido de espora, atacou de cabeça baixa:
— Que autoridade tem você para falar? Quem lhe encomendou o sermão?
— Homem! — clama o Silvestre, de mão pacífica no ar. — Calma aí, se faz favor. Falei por falar.
— E a dar-lhe. Burro sou eu em ligar-lhe importância. Sabe lá você o que é a vida, sabe lá nada. Não tem filhos em casa, não tem quebreiras de cabeça. Assim, também eu.
— Faço o que posso — desabafou o outro.
— E eu a ligar-lhe. Realmente você é um pobre diabo, Silvestre. Quem é parvo é quem o ouve. Você é um bom, afinal. Anda no mundo por ver andar os outros. Quem é você, Silvestre amigo? Um inócuo, no fim de contas. Um inócuo é o que você é.
Silvestre já se dispusera a ouvir tudo com resignação. Mas, à palavra “inócuo”, estranha ao seu ouvido montanhês, tremeu. E à cautela, não o codilhassem por parvo, disse:
— «inoque» será você.
Também o Ramos não via o fundo ao significado de inócuo. Topara por acaso a palavra, num diálogo aceso de folhetim, e gostara logo dela, por aquele sabor redondo a moca grossa de ferros, cravada de puas. Dois homens que assistiam ao barulho partiram logo dali, com o vocábulo ainda quente da refrega, a comunicá-lo à freguesia:
— Chamou-lhe tudo, o patife. Só porque o pobre entendia que a jorna de um homem é fraca. Que era um paz-de-alma. E um «inoque».
— Que é isso de «inoque»?
— Coisa boa não é. Queria ele dizer na sua que o Silvestre não trabalhava, que era um lombeiro, um vadio.
Como nesse dia, que era domingo, Paulino entrara em casa com a bebedeira do seu descanso, a mulher praguejou, como estava previsto, e cobriu o homem de insultos como não estava inteiramente previsto:
— Seu bêbado ordinário. Seu «inoque» reles.
Quando a palavra caiu da boca da mulher, vinha já tinta de carrascão. E desde aí, «inoque» significou, como é de ver, vadio e bêbado.
Ora tempos depois apareceu na aldeia um sujeito de gabardina, a vender drogas para todas as moléstias dos pobres. Pedra de queimar carbúnculos, unguentos de encoirar, solda para costelas quebradas. Vendeu todo o sortido. Mas logo às primeiras experiências, as drogas falharam. Houve pois necessidade de marcar a ferro aquela roubalheira de gabardina e unhas polidas. E como o vocabulário dos pobres era curto, alguém se lembrou da palavra milagrosa do Ramos. Pelo que, «inoque» significou trampolineiro ou ladrão dos finos. Mas como havia ainda os ladrões dos “grossos”, não foi difícil meter dentro da palavra mais um veneno.
Como, porém, as desgraças e a cólera do povo pediam cada dia termos novos para se exprimirem, “inócuo” foi inchando de mais significações. Quando a Rainha deu um tiro de caçadeira, num dia de arraial, ao homem da amante, chamaram-lhe, evidentemente, «inoque», por ser um devasso e um assassino de caçadeira. Daí que fosse fácil meter também no «inoque» o assassino de faca e a cróia de porta aberta.
“Inócuo” dera a volta à aldeia, secara todo o fel das discórdias, escoara todo o ódio da população. A moca grossa de ferro, seteada de puas, era agora uma arma terrível, quase desleal, que só se usava quando se tinha despejado já toda a cartucheira de insultos. Até que o Perdigão dos Cabritos entrou pela ponte norte da aldeia, com o cavalo carregado de reses, num dia de feira, e se azedou com o taberneiro, quando trocava um borrego por vinho. De olhos chamejantes, perdido, já no quente da refrega, o taberneiro atirou-lhe o verbo da maldição. Houve quem achasse desmedida a vingança do homem. Perdigão arriou:
— «Inoque» será você.
Também ele não sabia que veneno tinham despejado na palavra, mas, pelo sim pelo não, aliviou. E pela tarde, enfardelou o termo infame com as peles da matança, e abalou com ele pela ponte sul. Longos meses a palavra maldita andou por lá a descarregar o ódio das gentes. Até que um dia voltou a entrar na aldeia, não já pela ponte sul que dava para a Vila, mas pela ponte norte que levava a terras sem nome. Vinha em farrapos, na boca de um caldeireiro, mais estropiada, coberta da baba de todos os rancores e de todos os crimes. Quando deitava um pingo num caneco de folha, o caldeireiro pegou-se de razões com o freguês. O dono do caneco correu uma mão amiga pelas costas do vagabundo:
— Lá ver isso, velhinho. O combinado foram cinco tostões.
— Não me faça festas que eu não sou mulher, seu «inoque» reles.
E “inócuo” significou um nome feio para um homem. Então o ajudante, ou o que era, do caldeireiro, tentou deitar água na fogueira.
— Cale-se também você, seu «inoque» ordinário. A mim não me mata você à fome como fez a seu pai.
Porque “inócuo” também queria dizer parricida. Então o Ramos, que passava perto, tomou a palavra excomungada nas mãos e pediu ao velho que a abrisse, para ver tudo o que já lá tinha dentro. Um cheiro pútrido a fezes, a pus, a vinagre, alastrou pelo espanto de todos em redor. Com os dedos da memória, o caldeireiro foi tirando do ventre do vocábulo restos de velhos significados, maldições, ódios, desesperos. “Inócuo” era “bêbado”, ‘ladrão”, “incendiário’, ‘pederasta’, e, uma que outra vez, um desabafo ligeiro como “poça” ou “bolas”. Para o calão da gente fina, que topara a palavra na cozinha, nos trabalhos do campo, soube-se um dia que significava ainda 'escroque', «souteneur», e mais.
A aldeia em peso tremeu. Era possível a qualquer apanhar com o palavrão na cara e ficar coberto de peste. Eis porém que uma vez o filho do Gomes, que andava no colégio da Vila, insultado de «inoque» por um colega, numa partida de bilhar, lembrou-se à noite de ver no dicionário a fundura vernácula da ofensa. Procurou «inoque». Não vinha. Procurou «noque». Também não vinha. Furioso, buscou à toa, «quinoque», «moque», «soque». Nada. Quando a mãe o procurou, para ver se estudava, encontrou-o às marradas no dicionário. Choroso, o rapaz declarou:
— O meu «pagnon» chamou-me «inoque», mãe. Queria saber o que era. Mas não vem no dicionário.
— Não vejas! — clamou a mulher, de braços no ar. — Deixa lá! Não te importes.
— Mas que quer dizer?
— Coisas ruins, meu filho. Herege, homem sem religião e mais coisas más. Não vejas!
Começaram então a aparecer as primeiras queixas no tribunal da Vila, contra a injúria de «noque», «inoque» e, finalmente, de “inócuo”, consoante a instrução de cada um. Como a palavra estropiada era um termo bárbaro nos seus ouvidos cultos, o juiz pedia a versão da injúria em linguagem correcta, sendo essa versão que instruía os autos.
— Chamou-me «noque».
— Absolutamente. Mas que queria ele dizer na sua?
— Pois queria dizer que eu era ladrão.
E escrevia-se “ladrão”. Pelo mesmo motivo, gravava-se a ofensa, de outras vezes, nos termos de “assassino”, “devasso”, ou “bêbedo”.
Ora um dia foi o próprio Bernardino da Fábrica que moveu um processo ao guarda-livros pela injúria de «inócuo». Metida a questão nos trilhos legais, o Bernardino procurou o juiz, para ver se podia ajustar, previamente, uma bordoada firme no agressor. Mas aí, o juiz atirou uma palmada à coxa curta, clamou:
— Homem! Agora entendo eu. «Noque» era ‘inócuo’!
E admitindo que o vocábulo contivesse um veneno insuspeito, pegou num dicionário recente, o último modelo de ortografia e significados. Então pasmou de assombro, perante o escuro mistério que carregara de pólvora o termo mais benigno da língua: “inocuo’ significa apenas «que não faz dano, inofensivo”. E pôs o dicionário aberto diante da ofensa de Bernardino. O industrial carregou a luneta, e longo tempo, colérico, exigiu do livro insultos que lá não estavam.
— Nada feito — repetia o juiz. — O homem chamou-lhe, correctamente, “pessoa incapaz de fazer mal a alguém”.
— Mas há a intenção — opôs o advogado, mais tarde, quando se voltou ao assunto. — Há o sentido que toda a gente liga à palavra.
— Nada feito — insistia o juiz. — “Inócuo” é ‘inofensivo’ até nova ordem.
Então o advogado desabafou. Também ele sabia, como toda a gente culta, que “inócuo” era um pobre diabo dum termo que não fazia mal a ninguém. Sabia-o, com um saber analítico, desde as aulas de Latim do seu Padre Mestre. Mas não ignorava também que o ódio humano nem sempre conseguia razões para se justificar. E nesse caso, qualquer palavra, mesmo inofensiva, era um pendão desfraldado no pau alto da vingança. Bernardino fora ofendido. Mas podia querer amanhã ofender e as razões serem curtas para o seu rancor. Uma palavra informe, soprada de todos os furores, seria então a melhor arma. Despir o mastro da bandeira seria desnudar-se na dureza bárbara do pau. ‘Inócuo’ era uma maravilha para a última defesa da racionalidade humana, pelos ocos esconderijos onde podiam ocultar-se todos os rancores e maldições. “Inócuo” era um benefício social. Não havia que emendar-se a vida pelo dicionário. Havia que forçar-se o dicionário a meter a vida na pele.
— Cultive-se o “inócuo”. Salvemo-lo, para nos salvarmos.
Desgraçadamente, porém, os receios do advogado eram vãos. A vida, de facto, emendara o dicionário. Como bola de neve, “inócuo” rolara do ódio alto dos homens e longo tempo levaria a derreter o calor da compreensão e da justiça. Foi assim que o filho do Gomes, depois de ter encontrado a correspondência vernácula da injúria do «pagnon», tentou reabilitar a palavra excomungada. Esbaforido, foi com o dicionário aberto no sítio maldito, da mãe para o pai, do pai para os amigos. Mas ninguém o entendeu. «Noque» ou “inócuo” era um anátema verde de pus.
— Que importa o que dizem? — clamou o heroísmo do rapaz. — Podem chamar-me «inoque» ou “inócuo”, que não ligo. Agora sei o que quer dizer.
Dias depois, porém, um colega precisou de o insultar, e arremessou-lhe outra vez com o termo nefando. Toda a gente conhecia já a opinião do dicionário. Mas o furor era sempre mais forte do que o simples livro impresso.
Pelo que, nessa noite, o filho do Gomes não dormiu, preocupado apenas com descobrir uma maneira profícua de sovar bem o colega, para desforra integral.
in Contos, Vergílio Ferreira
NOTAS BIOGRÁFICAS DE ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY
"Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos."
Antoine de Saint-Exupéry nasceu em Lyon, França em 29/06/1900 e morreu em 1944 (local ignorado). Foi aviador de profissão e escritor por devoção. Foi piloto do correio aéreo que na década de 30 voava das possessões francesas na África para Argentina e Chile, fazendo escala em Natal, o ponto sul-americano mais próximo do continente africano. Um dos pioneiros da aviação comercial francesa, organizou as linhas da Patagónia e empreendeu voos de Paris à Saigon e de New York à Terra do Fogo. Actuou de maneira intensa durante a 2ª Guerra Mundial unindo-se à aviação Aliada em 1942. De espírito audaz, sentia-se melhor do que nunca quando estava no ar e, de preferência realizando os voos mais arriscados.
As experiências que viveu nas suas missões heróicas, soube transportar para seus livros de maneira profunda. Seu livro mais conhecido «O Pequeno Príncipe» é um convite à reflexão para que as pessoas se humanizem, se cativem e se percebam.
Antoine foi oficialmente contra o governo nazista. Quando «O Pequeno Príncipe» foi publicado em 1943, a França estava ocupada pelo exército alemão.
«O Principezinho» de Antoine de Saint-Éxupery - Excerto 2
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Era melhor teres vindo à mesma hora - disse a raposa. Se vieres, por exemplo, às quatro da tarde, às três, já eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... São precisos rituais.
- O que é um ritual? - perguntou o principezinho.
- É uma coisa de que toda a gente se esqueceu também - disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias e uma hora diferente das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um ritual. Dançam à quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Assim, posso ir passear até à vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua - disse o principezinho. Eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Pois quis - disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! - disse o principezinho.
- Vou - disse a raposa.
- Então, não ganhaste nada com isso!
- Ai isso é que ganhei! - disse a raposa. – Por causa da cor do trigo...
Depois ela acrescentou:
- Anda, vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Quando vieres ter comigo, dou-te um presente de despedida: conto-te um segredo.
O principezinho lá foi ver as rosas outra vez:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem vós cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela é agora única no mundo.
E as rosas ficaram bastante incomodadas.
- Sois belas, mas vazias - disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Claro que a minha rosa, para um transeunte qualquer, é perfeitamente igual a vós. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus debaixo de uma redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (excepto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. Porque, ela é a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus - disse ele...
- Adeus - disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos...
- O essencial é invisível para os olhos - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.
- Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que fez a tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... - repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade - disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu tornas-te eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela tua rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... - repetiu o principezinho, para jamais se esquecer.
COMPREENSÃO
1. “Era melhor teres vindo à mesma hora”.
1.1. Porque tem a raposa esta opinião?
2. A determinado momento, a raposa está quase a chorar. Porquê?
3. O Principezinho pensa que fez mal em prender a raposa a si, mas a raposa tem uma opinião diferente: “Ai, isso é que ganhei! Por causa do trigo...”
3.1. O que ganhou afinal a raposa?
4. De acordo com a raposa, o que torna uma coisa importante para nós?
5. Explique por palavras suas o segredo da raposa.
6. Atribua um título ao texto e justifique a escolha.
7. Tenha presente os textos 1 e 2.
7.1. Considera que foi proveitosa para o principezinho a vinda à terra? Justifique.
ESTRUTURA DA LÍNGUA
“O principezinho voltou no dia seguinte.”
“- O que é um ritual?”
“- Ai! – exclamou a raposa. – Ai que me vou pôr a chorar...”
sexta-feira, 21 de março de 2008
Em honra da(s) MULHER(ES)
Ó Mulher! Como és fraca e como és forte!
Quantas morrem saudosa duma imagem.
Quanta paixão e amor às vezes têm
Florbela Espanca
Dia da Poesia... e Também da Árvore
Como as pedras na orla dos canteiros
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Fernando Pessoa
Obedecem-me agora muito menos,
Eugénio de Andrade
Cada árvore é um ser para ser em nós
António Ramos Rosa
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
quarta-feira, 12 de março de 2008
«O Principezinho» de Antoine de Saint-Éxupery
- Bom dia - disse a raposa.
- Bom dia - respondeu com delicadeza* o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui - disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? - perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa - disse a raposa.
- Vem brincar comigo - propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo - disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa - disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"*?
- Tu não és daqui - disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens - disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm espingardas e caçam. É bem incómodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não - disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida - disse a raposa. Significa "criar laços...".
- Criar laços?
- Exactamente - disse a raposa. Tu não és para mim senão um rapaz inteiramente igual a cem mil outros rapazinhos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativares, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender - disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível - disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! Não foi na Terra - disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito - suspirou a raposa. A perfeição não existe.
Mas a raposa voltou à sua ideia.
- A minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens caçam-me a mim. Todas as galinhas são iguais e todos os homens se parecem também. É por isso que eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativares, será como se o Sol iluminasse a minha vida. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos fazem-me esconder debaixo da terra.
Os teus hão-de atrair-me para fora da toca, como uma música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me dizem nada. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. Como o trigo é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu hei-de amar o barulho do vento atrás do trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! - disse ela.
- Tenho muito gosto - respondeu o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a raposa. Os homens já não têm tempo de tomar conhecimento de nada. Compram tudo pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? - perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente - respondeu a raposa. Primeiro, sentas-te um pouco afastado de mim, assim, na relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia que passe, te sentarás mais perto...
COMPREENSÃO
4. O que há em comum entre estas personagens?
ESTRUTURA DA LÍNGUA
- Bom dia – respondeu com delicadeza* o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.”
II
de boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece.
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
“Amigo” é a solidão derrotada!
Com base neste excerto do poema “Amigo”, compõe um texto curto, mas bem estruturado, salientando a importância da verdadeira amizade.
FICHA DE TRABALHO SOBRE O CONTO POPULAR «O SAPATEIRO POBRE»
O Sapateiro Pobre
Havia um sapateiro, que trabalhava à porta de casa, e todo o santíssimo dia cantava; tinha muitos filhos, que andavam rotinhos pela rua, pela muita pobreza, e à noite enquanto a mulher fazia a ceia, o homem puxava da viola e tocava os seus batuques muito contente.
Defronte dele morava um ricaço, que reparou naquele viver, e teve pelo sapateiro tal compaixão, que lhe mandou dar um saco de dinheiro, porque o queria fazer feliz.
O sapateiro lá ficou admirado; pegou no dinheiro e à noite fechou-se com a mulher para o contarem. Naquela noite o sapateiro já não tocou viola; as crianças andavam a brincar pela casa e faziam barulho, fizeram-no errar a conta e ele teve de lhes bater, e ouviu-se uma choradeira, como nunca tinham feito quando tinham mais fome. Dizia a mulher:
– E agora, o que havemos nós de fazer a tanto dinheiro?
– Enterra-se.
– Perdemo-lhe o tino; é melhor metê-lo na arca.
– Mas podem roubá-lo, o melhor é pô-lo a render.
– Ora isso é ser onzeneiro.
– Então levantam-se as casas, e fazem-se de sobrado, e depois arranjo a oficina toda pintadinha.
– Isso não tem nada com a obra; o melhor era comprarmos uns campinhos; eu sou filha de lavrador e puxa-me o corpo para o campo.
– Nessa não caio eu.
– Pois o que me faz conta é ter terra; tudo o mais é vento.
As coisas foram-se azedando, palavra puxa palavra, o homem zanga-se, atiça duas solhas na mulher, berreiro de uma banda, berreiro de outra, naquela noite não pregaram olho. O vizinho ricaço reparava em tudo, e não sabia explicar aquela mudança. Por fim o sapateiro disse à mulher:
– Sabes que mais, o dinheiro tirou-nos a nossa antiga alegria! O melhor era ir levá-lo outra vez ao vizinho dali defronte, e que nos deixe cá com aquela pobreza que nos fazia amigos um do outro.
A mulher abraçou aquilo com ambas as mãos e o sapateiro com vontade de recobrar a sua alegria e a da mulher e dos filhos, foi entregar o dinheiro e voltou para a sua tripeça a cantar e trabalhar como o costume.
I. Responde as seguintes questões de forma CLARA e COMPLETA.
Para ajudar-te a compreender o texto, são dados alguns sinónimos para algumas palavras “difíceis”.
1. Sublinha o sinónimo correspondente à palavra que se encontra em itálico. Só existe uma opção correcta, para cada frase.
a. … “isso é ser onzeneiro” (linha 16)
b. …”o homem zanga-se, atiça” … (l. 23)
a) peixes marinhos b) gargalhadas c) moedas d) bofetadas
d. … “voltou para a sua tripeça”… (l. 31)
a) ofício de sapateiro b) fazenda c) festa d) terra
2. Identifica as personagens deste texto.
3. Caracteriza-as.
Este deu-lhe de conselho...
Exemplo de Conto Tradicional/ Popular «O caldo de Pedra»
Um frade andava ao peditório; chegou à porta de um lavrador, mas não lhe quiseram aí dar nada. O frade estava a cair com fome, e disse:
- Vou ver se faço um caldinho de pedra.
E pegou numa pedra do chão, sacudiu-lhe a terra e pôs-se a olhar para ela para ver se era boa para fazer um caldo. A gente da casa pôs-se a rir do frade e daquela lembrança. Diz o frade:
- Então nunca comeram caldo de pedra? Só lhes digo que é uma coisa muito boa.
Responderam-lhes:
- Sempre queremos ver isso.
Foi o que o frade quis ouvir. Depois de ter lavado a pedra, disse:
- Se me emprestassem aí um pucarinho.
Deram-lhe uma panela de barro. E ele encheu-a de água e deitou-lhe a pedra dentro.
- Agora se me deixassem estar a panelinha aí ao pé das brasas.
Deixaram. Assim que a panela começou a chiar, disse ele:
- Com um bocadinho de unto é que o caldo ficava de primor.
Foram-lhe buscar um pedaço de unto. Ferveu, ferveu, e a gente da casa pasmada para o que via. Diz o frade, provando o caldo:
- Está um bocadinho insosso; bem precisa de uma pedrinha de sal. Também lhe deram o sal. Temperou, provou, e disse:
- Agora com uns olhinhos de couve ficava que os anjos o comeriam.
A dona da casa foi à horta e trouxe-lhe duas couves tenras. O frade limpou-as, e ripou-as com os dedos deitando as folhas na panela.
Quando os olhos já estavam aferventados disse o frade:
- Ai, um naquinho de chouriço é que lhe dava uma graça…
Trouxeram-lhe um pedaço de chouriço; ele botou-o à panela, e enquanto se cozia, tirou do alforge pão, e arranjou-se para comer com vagar. O caldo cheirava que era um regalo. Comeu e lambeu o beiço; depois de despejada a panela ficou a pedra no fundo; a gente da casa, que estava com os olhos nele, perguntou-lhe:
- Ó senhor frade, então a pedra?
Respondeu o frade:
- A pedra lavo-a e levo-a comigo para outra vez.
E assim comeu onde não lhe queriam dar nada.
DEFINIÇÃO DE CONTO
“Quem conta um conto, acrescenta um ponto.”
2. Os dicionaristas portugueses insistem em atribuir à palavra “conto” um sentido muito vizinho de “fábula”, isto é, uma narração que encerra uma lição moral.
3. Os autores e o público preferem defini-lo como um relato de aventuras, que realmente aconteceram (e também acarretam um sentido moralizante).
No princípio do século XIX desaparece a preocupação moralizante. Mas subsiste a narrativa que se prende à realidade, quer esta seja histórica, quer seja do domínio da experiência de cada autor.
O conto foi iniciado por Gonçalo Fernandes Trancoso, em “Contos e Histórias de Proveito e Exemplo” (1575). Embora tenha gozado durante muitos séculos de grande popularidade, foi com Eça de Queirós e Fialho de Almeida, que o conto adquire uma autonomia literária e o liberta da sua condição secundária.
Nos nossos dias, destaca-se, por exemplo, Miguel Torga com os seus “Contos da Montanha” e os seus “Bichos” ou Sophia de Mello Breyner Andresen com “A menina do Mar”, “O Cavaleiro da Dinamarca”, entre outros.
FICHA DE LEITURA DO CONTO «A AIA» DE EÇA DE QUEIRÓS
I. Preparação
1. Ler atentamente o texto e apreender o seu sentido global.
2. Sublinhar as informações essenciais.
II. Estrutura/ Acção
1.1. Delimita os momentos fundamentais da narrativa: situação inicial, desenvolvimento e desenlace.
1.2. Explica o modo de organização das sequências narrativas (encadeamento, encaixe ou alternativa).
1.3. Classifica o conto no que diz respeito à delimitação da acção (narrativa fechada ou aberta). Justifica.
III. Personagens
2.1. Indica as personagens intervenientes, referindo o relevo que têm na acção.
2.2. O rei era "moço e valente".
a) Regista todos os elementos de caracterização directa do rei.
2.3. Regista igualmente os diversos elementos de caracterização directa do irmão do rei.
2.3.1. A apresentação que é feita desta personagem está de acordo com o(s) acto(s) que executa? Justifica.
2.4. Atendendo aos traços característicos da aia, parece-te lógico a sua atitude final? Expõe, claramente o teu raciocínio.
2.5. Com base nos elementos que o conto te fornece sobre a personagem, elabora um pequeno texto de caracterização da protagonista.
2.6. Neste conto, o conflito entre personagens é também um conflito de valores intemporais.
2.6.1. Que personagens defendem valores conotados com o Bem? E com o Mal?
2.6.2. Identifica esses valores, através dos substantivos abstractos que os interligam.
IV. Espaço
3.1. Especifica o espaço físico onde se desenrola a acção.
3.2. A sala do tesouro é objecto de uma breve descrição. Localiza-a na narrativa.
3.3. Nessa passagem descritiva, pretende-se acentuar a sensação visual, sobretudo a notação de brilho. Confirma com elementos do texto.
3.4. Caracteriza o espaço social em que a acção se desenvolve.
V. Tempo
4.1. Regista marcas do tempo cronológico.
4.2. Que tempo histórico é sugerido? Justifica.
4.2.1. Retira do texto todas as referências que indiquem o fluir do tempo.
VI. Narrador
5.1. Classifica o narrador quanto à presença.
5.2. Caracteriza-o no que diz respeito à posição (subjectivo ou objectivo). Justifica.
VII. O Título
6.1. Tece um breve comentário a cada uma destas sugestões de outro título para este conto:
- Luta pelo poder;
- A mulher que sacrificou o filho para salvar o reino;
- O Principezinho.
6.2. O título escolhido pelo autor - «A Aia» - parece-te sugestivo? Porquê?
6.3. Refere a importância do título neste conto.
6.4. Identifica o nome e o valor da expressão inicial “Era uma vez...”.
VIII. Questões de Linguagem
1. Sublinha, nos sete primeiros parágrafos, os substantivos no grau diminutivo.
2. Lê atentamente o 4º e 7º parágrafos.
2.1. Regista os adjectivos que caracterizam o irmão do rei.
2.2. No 4º parágrafo, a caracterização é enriquecida com uma comparação. Identifica-a.
2.3. Mostra o contraste entre o irmão do rei e o pequeno príncipe.
3. No 3º parágrafo, a dor da rainha é expressa pelo verbo chorar, constituinte do predicado de três orações distintas. Identifica-as.
3.1. Procura explicar de que forma cada um dos advérbios que acompanha o verbo chorar lhe modifica o sentido.
3.2. Como interpretas o emprego de "chorou" nas duas primeiras orações e "chora" na última?
4. No 9º e 10º parágrafos, a acção desenrola-se rapidamente. Faz o levantamento de verbos e advérbios que conferem um ritmo rápido à narração.
5. "...ela foi assim conduzida para a câmara dos tesouros" (16º parágrafo)
5.1. Qual a classe gramatical da palavra sublinhada?
5.2. Identifica o sujeito, predicado e complemento da expressão transcrita.
5.3. Reescreve-a utilizando a forma activa.
6. No penúltimo parágrafo utiliza-se o discurso directo.
6.1. Rescreve o antepenúltimo e o penúltimo parágrafo utilizando o discurso indirecto.
6.2. Qual das duas opções te parece mais expressiva? Justifica.
CONTO «A AIA» DE EÇA DE QUEIRÓS
A lua cheia que o vira marchar, levado no seu sonho de conquista e de fama, começava a minguar, quando um dos seus cavaleiros apareceu, com as armas rotas, negro do sangue seco e do pó dos caminhos, trazendo a amarga nova de uma batalha perdida e da morte do rei, trespassado por sete lanças entre a flor da sua nobreza, à beira de um grande rio.
A rainha chorou magnificamente o rei. Chorou ainda desoladamente o esposo, que era formoso e alegre. Mas, sobretudo, chorou ansiosamente o pai, que assim deixava o filhinho desamparado, no meio de tantos inimigos da sua frágil vida e do reino que seria seu, sem um braço que o defendesse, forte pela força e forte pelo amor.
Desses inimigos o mais temeroso era seu tio, irmão bastardo do rei, homem depravado e bravio; consumido de cobiças grosseiras, desejando só a realeza por causa dos seus tesouros, e que havia anos vivia num castelo sobre os montes, com uma horda de rebeldes, à maneira de um lobo que, de atalaia no seu fojo, espera a presa. Ai! a presa agora era aquela criancinha, rei de mama, senhor de tantas províncias, e que dormia no seu berço com seu guizo de oiro fechado na mão!
Ao lado dele, outro menino dormia noutro berço. Mas era um escravozinho, filho da bela e robusta escrava que amamentava o príncipe. Ambos tinham nascido na mesma noite de Verão. O mesmo seio os criara. Quando a rainha, antes de adormecer, vinha beijar o principezinho, que tinha o cabelo louro e fino, beijava também, por amor dele, o escravozinho, que tinha o cabelo negro e crespo. Os olhos de ambos reluziam como pedras preciosas. Somente, o berço de um era magnífico de marfim entre brocados, e o berço de outro, pobre e de verga. A leal escrava, porém, a ambos cercava de carinho igual, porque, se um era o seu filho, o outro seria o seu rei.
Nascida naquela casa real, ela tinha a paixão, a religião dos seus senhores. Nenhum pranto correra mais sentidamente do que o seu pelo rei morto à beira do grande rio. Pertencia, porém, a uma raça que acredita que a vida da terra se continua no céu. O rei seu amo, decerto, já estaria agora reinando em outro reino, para além das nuvens, abundante também em searas e cidades. O seu cavalo de batalha, as suas armas, os seus pajens tinham subido com ele às alturas. Os seus vassalos, que fossem morrendo, prontamente iriam, nesse reino celeste, retomar em torno dele a sua vassalagem. E ela, um dia, por seu turno, remontaria num raio de lua a habitar o palácio do seu senhor, e a fiar de novo o linho das suas túnicas, e a acender de novo a caçoleta dos seus perfumes; seria no céu como fora na terra, e feliz na sua servidão.
Todavia, também ela tremia pelo seu principezinho! Quantas vezes, com ele pendurado do peito, pensava na sua fragilidade, na sua longa infância, nos anos lentos que correriam, antes que ele fosse ao menos do tamanho de uma espada, e naquele tio cruel, de face mais escura que a noite e coração mais escuro que a face, faminto do trono, e espreitando de cima do seu rochedo entre os alfanges da sua horda! Pobre principezinho da sua alma! Com uma ternura maior o apertava nos braços. Mas o seu filho chalrava ao lado, era para ele que os seus braços corriam com um ardor mais feliz. Esse, na sua indigência, nada tinha a recear a vida. Desgraças, assaltos da sorte má nunca o poderiam deixar mais despido das glórias e bens do mundo do que já estava ali no seu berço, sob o pedaço de linho branco que resguardava a sua nudez. A existência, na verdade, era para ele mais preciosa e digna de ser conservada que a do seu príncipe, porque nenhum dos duros cuidados com que ela enegrece a alma dos senhores roçaria sequer a sua alma livre e simples de escravo. E, como se o amasse mais por aquela humildade ditosa, cobria o seu corpinho gordo de beijos pesados e devoradores, dos beijos que ela fazia ligeiros sobre as mãos do seu príncipe.
No entanto, um grande temor enchia o palácio, onde agora reinava uma mulher entre mulheres. O bastardo, o homem de rapina, que errava no cimo das serras, descera à planície com a sua horda, e já através de casais e aldeias felizes ia deixando um sulco de matança e ruínas. As portas da cidade tinham sido seguras com cadeias mais fortes. Nas atalaias ardiam lumes mais altos. Mas à defesa faltava disciplina viril. Uma roca não governa como uma espada. Toda a nobreza fiel perecera na grande batalha. E a rainha desventurosa apenas sabia correr a cada instante ao berço do seu filhinho e chorar sobre ele a sua fraqueza de viúva. Só a ama leal parecia segura, como se os braços em que estreitava o seu príncipe fossem muralhas de uma cidadela que nenhuma audácia pode transpor.
Ora uma noite, noite de silêncio e de escuridão, indo ela a adormecer, já despida, no seu catre, entre os seus dois meninos, adivinhou, mais que sentiu, um curto rumor de ferro e de briga, longe, à entrada dos vergueis reais. Embrulhada à pressa num pano, atirando os cabelos para trás, escutou ansiosamente. Na terra areada, entre os jasmineiros, corriam passos pesados e rudes. Depois houve um gemido, um corpo tombando molemente, sobre lajes, como um fardo. Descerrou violentamente a cortina. E além, ao fundo da galeria, avistou homens, um clarão de lanternas, brilhos de armas... Num relance tudo compreendeu: o palácio surpreendido, o bastardo cruel vindo roubar, matar o seu príncipe! Então, rapidamente, sem uma vacilação, uma dúvida, arrebatou o príncipe do seu berço de marfim, atirou-o para o pobre berço de verga, e, tirando o seu filho do berço servil, entre beijos desesperados, deitou-o no berço real que cobriu com um brocado.
Bruscamente um homem enorme, de face flamejante, com um manto negro sobre a cota de malha, surgiu à porta da câmara, entre outros, que erguiam lanternas. Olhou, correu o berço de marfim onde os brocados luziam, arrancou a criança como se arranca uma bolsa de oiro, e, abafando os seus gritos no manto, abalou furiosamente.
O príncipe dormia no seu novo berço. A ama ficara imóvel no silêncio e na treva.
Mas brados de alarme atroaram, de repente, o palácio. Pelas janelas perpassou o longo flamejar das tochas. Os pátios ressoavam com o bater das armas. E desgrenhada, quase nua, a rainha invadiu a câmara, entre as aias, gritando pelo seu filho! Ao avistar o berço de marfim, com as roupas desmanchadas, vazio, caiu sobre as lajes num choro, despedaçada. Então, calada, muito lenta, muito pálida, a ama descobriu o pobre berço de verga... O príncipe lá estava quieto, adormecido, num sonho que o fazia sorrir, lhe iluminava toda a face entre os seus cabelos de oiro. A mãe caiu sobre o berço, com um suspiro, como cai um corpo morto.
E nesse instante um novo clamor abalou a galeria de mármore. Era o capitão das guardas, a sua gente fiel. Nos seus clamores havia, porém, mais tristeza que triunfo. O bastardo morrera! Colhido, ao fugir, entre o palácio e a cidadela, esmagado pela forte legião de archeiros, sucumbira, ele e vinte da sua horda. O seu corpo lá ficara, com flechas no flanco, numa poça de sangue. Mas, ali dor sem nome! O corpozinho tenro do príncipe lá ficara também envolto num manto, já frio, roxo ainda das mãos ferozes que o tinham esganado! Assim tumultuosamente lançavam a nova cruel os homens de armas, quando a rainha, deslumbrada, com lágrimas entre risos, ergueu nos braços, para lho mostrar, o príncipe que despertara.
Foi um espanto, uma aclamação. Quem o salvara? Quem?... Lá estava junto do berço de marfim vazio, muda e hirta, aquela que o salvara! Serva sublimemente leal! Fora ela que, para conservar a vida ao seu príncipe, mandara à morte o seu filho... Então, só então, a mãe ditosa, emergindo da sua alegria extática, abraçou apaixonadamente a mãe dolorosa, e a beijou, e lhe chamou irmã do seu coração... E de entre aquela multidão que se apertava na galeria veio uma nova, ardente aclamação, com súplicas de que fosse recompensada magni6camente a serva admirável que salvara o rei e o reino.
Mas como? Que bolas de oiro podem pagar um filho? Então um velho de casta nobre lembrou que ela fosse levada ao Tesoiro real, e escolhesse de entre essas riquezas, que eram como as maiores dos maiores tesouros da Índia, todas as que o seu desejo apetecesse...
A rainha tomou a mão da serva. E sem que a sua face de mármore perdesse a rigidez, com um andar de morta, como um sonho, ela foi assim conduzida para a Câmara dos Tesouros. Senhores, aias, homens de armas, seguiam, num respeito tão comovido, que apenas se ouvia o roçar das sandálias nas lajes. As espessas portas do Tesoiro rodaram lentamente. E, Quando um servo destrancou as janelas, a luz da madrugada, já clara e rósea, entrando pelos gradeamentos de ferro, acendeu um maravilhoso e faiscante incêndio de oiro e pedrarias! Do chão de rocha (1) até às sombrias abóbadas, por toda a câmara, reluziam, cintilavam, refulgiam os escudos de oiro, as armas marchetadas, os montões de diamantes, as pilhas de moedas, os longos fios de pérolas, todas as riquezas daquele reino, acumuladas por cem réis durante vinte séculos. Um longo – ah! – lento e maravilhado, passou por sobre a turba que emudecera. Depois houve um silêncio ansioso. E no meio da câmara, envolta na refulgência preciosa. a ama não se movia... Apenas os seus olhos, brilhantes e secos, se tinham erguido para aquele céu que, além das grades, se tingia de rosa e de oiro. Era lá, nesse céu fresco de madrugada, que estava agora o seu menino. Estava lá, e já o Sol se erguia, e era tarde, e o seu menino chorava decerto, e procurava o seu peito!... E então a ama sorriu e estendeu a mão. Todos seguiam, sem respirar aquele lento mover da sua mão aberta. Que jóia maravilhosa, que fio de diamantes, que punhado de rubis ia ela escolher?
A ama estendia a mão, e sobre um escabelo ao lado, entre um molho de armas, agarrou um punhal. Era um punhal de um velho rei, todo cravejado de esmeraldas, e que valia uma província.
Agarrara o punhal, e com ele apertado fortemente na mão, apontando para o céu, onde subiam os primeiros raios do Sol, encarou a rainha, a multidão, e gritou:
E cravou o punhal no coração.
(1) Falta o resto do jornal onde o conto foi inicialmente publicado.
Eça de Queirós, Contos
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
FICHA DE TRABALHO SOBRE «A NOTÍCIA»
SÁ PINTO PARA ALEGRAR (B
(D Sá Pinto surgiu em Alvalade acompanhado por Paulo Abreu e remeteu-se ao silêncio, atitude que decidiu tomar desde que saiu para Espanha. Ainda teve o prazer de ouvir a Juve Leo cantar o seu nome e de levar muitas palmadas dos amigos. Pelos vistos, e pelo resultado final, o seu regresso, ainda que temporário, a Alvalade motivou e alegrou os antigos companheiros de equipa. Sá Pinto regressa hoje a San Sebastian.
(A___________________________________________________________;
(B___________________________________________________________;
(C___________________________________________________________;
(D___________________________________________________________.
b) Copia o lead.
Ricardo
jogador
surgiu
prazer
seu
temporário
antigos
1. Complete correctamente os espaços em branco.
a) O que é uma notícia?
b) A função da linguagem utilizada na produção de uma notícia é a função _____________________ e o seu objectivo é ____________________. A linguagem utilizada tem que ser ___________________ por forma a permitir uma única _____________________ por parte dos inúmeros leitores.
2. Atente na seguinte notícia.
"Prestige" continua a derramar fuelóleo
Quarta maré negra
Esta nova vaga pode ser resultado de um mancha à deriva não assinalada pelas equipas de vigilância, de acordo com António Alonso, adjunto do presidente da Câmara de Camarina, uma das vilas mais afectada pela crise. O "Prestige" tem vinte fissuras detectadas, algumas delas ainda não soldadas pelo mini-submarino francês não tripulado, o Nautile, continuando a derramar fuelóleo.
O trabalho de limpeza, este Domingo, foi feito com alguma dificuldade, devido às más condições atmosféricas que se verificam na região, com chuvas e ventos fortes. Mais de oito mil pessoas, entre voluntários e militares, trabalham este fim-de-semana prolongado em Espanha, "sem os meios adequados para fazer face ao problema", segundo um porta-voz dos pescadores. O "Prestige" encontra-se a uma profundidade de 3600 metros, ao largo da costa galega.
No total, já foram recolhidas cerca de 16 mil toneladas de crude nas operações de limpeza.
2.1. Leia atentamente a notícia e responda às seguintes questões.
a) Quem? ________________________________________________
b) O quê?________________________________________________
c) Quando? ______________________________________________
d) Onde? ________________________________________________
e) Como? ________________________________________________
3. Analise sintacticamente as frases seguintes:
a) A maré negra atingiu, este Domingo, as praias galegas.
b) O trabalho de limpeza, este Domingo, foi feito com alguma dificuldade.
III
Produção de Texto
Quem? os alunos do Curso de IOSI (maiores de 18 anos)
O quê? foram assistir a uma peça de teatro
Quando? Quarta-feira, dia 26 de Março
Onde? Teatro São João, no Porto
Porquê? promover hábitos culturais e incentivar os formandos para o género dramático
Como? Transporte do Centro de Formação Profissional do Porto
A NOTÍCIA
A notícia é um texto do domínio da comunicação social, com carácter informativo. Relata acontecimentos novos ou situações pouco habituais. O que a caracteriza é a actualidade, a objectividade, a brevidade e o interesse geral.
Na notícia, as informações devem ser apresentadas por ordem decrescente de importância: as mais importantes no início (TÍTULO E LEAD) e as menos importantes no CORPO DA NOTÍCIA.
A linguagem da notícia deve:
· Ser clara, simples, concisa e exacta;
· Empregar um vocabulário corrente;
· Recorrer, preferencialmente, ao nome e ao verbo, evitando os adjectivos valorativos;
· Utilizar a terceira pessoa (o jornalista nunca escreve “eu”);
Título – encabeça a notícia; deve ser preciso e expressivo, a fim de captar a atenção do leitor.
Lead (cabeça ou parágrafo-guia) – primeiro parágrafo que resume o que aconteceu. Tem como objectivos captar a atenção do leitor e fornecer-lhe as informações fundamentais. Deve, pois, responder às seguintes questões essenciais:
Corpo da notícia – restantes parágrafos onde se dão outras informações menos importantes. Responde, normalmente, às questões COMO? e PORQUÊ?.
VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS MASS MEDIA
Completa , de acordo com a tua opinião, as vantagens e desvantagens dos mesmos: